Há tempos que escreví uma "crônica" onde descrevo o dia de uma pessoa que tem pouca sorte. No começo, era para ser um texto para você ler e pensar que você está melhor, mas acho que nenhuma pessoa, por pior que esteja, esteja igual a este garoto... Se você tem o coração sensível ou se frustra facilmente, peço que não leia este texto.
Um garoto feliz acordou suando como uma bica às 6h30, sendo que a aula começa às 7h00. Levantou, tomou banho em 10 minutos e tomou café em 5, estava um sol de derreter tijolo. Foi ao banheiro, urinou e, derrepente, o inesperado acontece: ele fica com dor de barriga pois ontem ele comeu 3 sanduíches. Ele já ficou sem esperanças de chegar na hora em sua escola. Já era 6h50, quando acabou de cagar, foi tomar banho e então saiu de casa. No portão de sua casa, algum cachorro filho de uma puta tinha cagado, então, ao sair, o garoto pisou nas pérolas do ser. Voltou para dentro, tirou o sapado e colocou chinelo, mas: venhamos e convenhamos: calça não combina com chinelo, então ele colocou chortes e saiu se desviando dos restos de fezes que ainda sobraram depois da "potchada". Quando saiu, começou a choviscar, a chuva aumentou, e aumentou, e aumentou e, quando o garoto já estava quase morrendo afogado de tão ensopado, chegou na escola. No portão da escola estava escrito: HOJE NÃO HAVERÁ AULA. CONSELHO DE CLASSE.
O garoto volta pra casa, todo infeliz com o acontecido, pois ele tinha feito de tudo para tudo acontecer, mas o tudo não aconteceu; isso é subestimar sua capacidade mental! 'Mas tudo bem, hoje não terá aula' pensou ele. Ao chegar em seu bairro, viu que a pequena chuva tinha estourado a enorme represa da cidade. O rio enchera e tudo fora alagado. O garoto decidiu ir para a casa de sua avó para almoçar. No caminho, tropeçou e quebrou um dedo; foi correndo ao pronto socorro do bairro; tinham 234 pessoas na fila, às 16 horas foi atendido, enfaixou a mão e saiu feliz saltitante. Ao chegar na casa de sua avó percebeu que não tinha ninguém lá... Seu celular toca, é sua mãe, avisando sobre a morte de sua única e mais querida avó. Então, ele vai ao velório. No caminho, decide comprar alguma coisa para comer, já que não comeu nada de almoço. Ao chegar na padaria, pediu 2 salgados daqueles hiper gordurosos, comeu e, na hora de pagar, lembrou que tinha esquecido o dinheiro em casa, agora ilhada. Aconteceu a maior confusão, até que conseguiu convencer o caixa a deixar marcado e pagar depois. Chegando no velório, não conseguiu olhar para o caixão, pois queria guardar a imagem de sua avó viva.
Já eram 18 horas, quando ele decidiu ir em bora, para a casa de sua tia, pois a sua casa estava ilhada e a da avó lhe traria muitas lembranças. No caminho, começou a chover e o seu dedo enfaixado começou a se desfazer; chovera tanto, que a tapa do boeiro na rua tinha se soltado, então, quando pisou nele, afundou e cortou toda a sua perna. Chegou, finalmente na casa de sua tia, mas a campainha estava quebrada; ficou 20 minutos chamando alguém, até que perdeu a vóz. A empregada foi para fora colocar o lixo na rua e o encontrou, ele entrou e tomou um chá bem quente, que queimou sua língua. Foi ao banheiro tomar banho e se deparou com um passarinho voando dentro do box. Ele ficou com dó do passaro, e até conseguir tirá-lo dalí não descansaria. O pássaro, de tanto se debater caiu morto no chão. As marcas de sangue no teto fizeram seu estomago revirar, ele vomitou. Ao vomitar, desmaiou, acordou no hospital, sua mãe estava chorando tanto ao seu lado, como se tivesse certeza de que ele iria morrer. "Que horas são?" perguntou. "23h40" respondeu a sua mãe. À meia-noite, ele morreu.